Religião



Eu não sou religioso. Volta e meia falo sobre isso.

As pessoas tem dificuldade em separar "não ser religioso" e "acreditar em Deus".

Eu acredito em Deus. 

Aceito e sigo todos os caminhos que Deus coloca em minha vida. Repito... TODOS.

Nunca me senti desamparado ou coitadinho.

Quando vivo momentos difíceis, sei que aquilo acontece não porque Deus não tenha me mostrado o caminho correto, e sim porque eu não consegui enxergar o caminho que ele provavelmente colocou na minha frente. Tudo bem. Faz parte do aprendizado, que não acaba nunca.

Não tenho a pretensão de nunca errar. Tenho sim, a pretensão de não ser idiota, de não ser teimoso por ambição, de não querer o que não mereço, e, a maior de todas as ambições, nunca passar por cima dos meus princípios.

Não ligo para dinheiro. Gosto do que ele proporciona. É bom quando posso fazer a vontade de um filho, uma surpresa para minha esposa, ou simplesmente ter conforto. Claro que é bom. Mas nunca será um determinante. Determinante é a minha família, a minha cabeça erguida. Tem gente que confunde com arrogância. Não, eu não sou arrogante. Apenas não abaixo a minha cabeça, pois assim como considero todos iguais a mim, me considero igual a todo mundo. 

Subestimar alguém é um grande erro. Sempre será.

Quanto à(s) religião(ões), respeito. Também confundem "respeitar" com "não criticar". Eu critico mesmo. Acho errado a isenção tributária e a série de benefícios que a religião oferece. Acho errado inúmeras situações onde vejo pessoas de boa fé serem iludidas por religiosos. Como não assumo nenhuma religião, vejo isso em todas. Quem assume alguma religião normalmente vê isso "nas outras". Apesar da minha crítica, eu respeito.

No fim, na hora do sono em cada noite, em pensamento, eu apenas agradeço por ter uma família maravilhosa. Me sinto tentado a pedir coisas como "me ajuda nisso, me ajuda naquilo, toma conta de não sei o que...". Apesar da tentação, tento não fazer isso. Não acredito num Deus vingativo ou sádico, que venha me dar sofrimento apenas para que eu aprenda. Acredito que tenho ao meu alcance tudo para fazer as coisas certas. Se erro e não faço, não foi Deus que quis me ensinar alguma coisa através do sofrimento. Fui eu que fui fraco, infeliz, cego, ingênuo, enfim, escolha o adjetivo que quiser, mas fui eu que escolhi sem pensar direito. E aí, também não jogo a responsabilidade pra Deus. Não fico falando "Deus, me livra dessa". Isso é meu. É tarefa minha aceitar e aprender a enxergar as oportunidades que a vida me coloca. 

Quero acreditar, que a cada momento em que demonstro ter aprendido algo, Deus sorri. Penso que deve ser mais ou menos como quando você percebe que seu filho, que até então tinha dificuldades, finalmente entendeu a tabuada do 5. Você fica feliz, Você pensa "ele conseguiu". É assim que penso que Deus me olha. Colocando os caminhos certos, e torcendo para que eu consiga. 

Mas, assim como entender a tabuada do 5 pela primeira vez, é difícil, impossível acertar de primeira, assim também é a vida.

Fazer o certo é um exercício contínuo.

Comentários